O dia-a-dia dum Marciano em Vénus, numa casa de mulheres: Sara (a mãe), Maria Ana, Maria Francisca e Maria Rira (mais a cadela Karina)...

Um tremendo desafio para um homem na idade moderna: como compreender, como falar a linguagem delas, como perceber as suas "mariquices", como ralhar sem fazer chorar, como controlar sem ser controlador, como deixar andar mantendo as meninas vigiadas...ufff! Enfim, como ser dominado e achar que se domina tudo...

Estou a escrever isto e já só quero fugir...

Mas a viagem já começou e este marciano vai a caminho de Vénus, com um bilhete só de ida no bolso (com um grande sorriso de felicidade nos lábios...)...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Desconfortos....


Os miudos têm muitas vezes a capacidade de introduzir em conversas e ocasióes sociais triviais, "temas" e "assuntos" de uma forma um pouco (no minimo) desconcertante e desconfortável para os grandes (leia-se pais)…

Como "gajo do Norte" que sou e não trocava, volta e meia, uso um palavreado digamos que menos consensual no meio social... Mas eu sou daqueles pais (uso o plural na esperança que existam mais como eu) que acha que as crianças não têm que ser protegidas das coisas erradas dos adultos, como as palavras ou fumar à frente delas (não confundir com obrigá-las a fumar "a meias"). Eu, quando cresci, apesar dos meus pais não serem "muito nortenhos" nos vernáculos, fumavam e não se escondiam para que eu não visse. Isso, para mim, faz tanto sentido como ter que beber um copo de vinho ou uma bejeca às escondidas das miudas, por ser um mau exemplo...

De qualquer forma, confesso que em relação aos "palavrões" passei a ter algum cuidado depois do aprecimento das miudas na minha vida, mas sem me sentir de todo amordaçado.

Por vezes, em brincadeiras, usava um vernáculo mais...como dizer..."forte", tipo: “que mijona”, "ca ganda cagada"...por aí…e era sempre motivo de grandes gargalhadas entre pai e filha mais velha (e ficava mesmo entre os dois, porque a mais nova não me liga nenhuma e a mãe só não me batia porque não podia, condenando-me sempre a um castigo severo só com o olhar e um ligeiro mas acusador abanar de cabeça…) 

Claro que como pai moderno, contrapunha sempre com “mas a miuda algum dia vai…dizer isto sem ser em casa?…vocês também vêm mal em tudo..porra!”

Mas a verdade é que tive que acabar com esse tipo de vernáculo, quando num jantar fora de casa a Ana virou-se para o pai, com aquele sorriso (mais bonito do Mundo) e disparou a mais singela pergunta: “Pai, queres comer cagada e beber mijada?!”

Como se não bastasse, um dia em casa, acercou-se do marciano e perguntou com o maior descontração: “Pai, posso-te mijar em cima?” Como já não me perguntavam isso desde uma despedida de solteiro há 15 anos atrás, além de que neste caso era a minha própria filha a questionar-me, resolvi por bem ter uma “conversa séria” com ela e esse tipo de linguajar foi banido lá de casa… (e a mãe, como sempre, tinha razão…Grrrr)

Há também uma pequena passagem de um jogo do Sporting, que disparei um comedido e meio a sussurrar (para dentro) “filhos da…” que a Ana teve o cuidado de completar…por 5 vezes e em voz bem alta, dizendo sempre no meio de cada uma “não é , pai?”…ufffff! Isto no meio da familia do lado da mãe, representa só por si um orgulho desmedido e uma óptima forma de relacionamento pai/filha! Já para não dizer sogros/genro...

Mas há um "pequeno" palavrão que nem eu nem a madrinha/tia Su deixamos que a Ninas pare de pronunciar no seu melhor inglês: "Fuckshit!"...Não ofende e sempre posso-me vangloriar de ensinar "porcarias" à minha filha...

Enfim, que se f.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário