Este podia
ser um poema ao bebé mais bonito de sempre,
Mas não é
Corria o
risco de ser só mais um
A dizer o
mesmo que todos dizem.
Este podia
ser um poema sobre a pureza dos teus 4 anos,
Mas não
arriscaria
Na rudeza
que sou, nas chatices que carrego
Com certeza
falharia.
Este podia
ser um poema à imortalidade do que nos une,
Mas caramba
não sou Deus!
Só tendo
medo de te perder
Projecto a
nossa união no infinito.
Este podia
ser um poema sobre vocês,
Que tanto são
uma da outra
Flores tão
diferentes do mesmo jardim
Irmãs tão
doces são de mim
Este podia também ser um poema da mãe
ou da filha e da mãe das suas filhas
Que são umas das outras
Como se com o ar duma, os pulmões das outras se alimentem.
Este podia
ser um poema à doçura das tuas palavras,
Mas sabes
bem ser bruta
Quando tão
veemente me confrontas
E com graça
tão desgraça me desmontas
Este sim, podia
ser um poema sobre o adormecer
Como em todos
os luares, juntos, agarrados
Me pedes (e
te faço) "coceguinhas"
Até te
apagar no longo canto suspirar do teu sono.
Este podia
ser um poema sobre ela
Que todos os
dias te confronta e te mede
Se arrisca e
te belisca
Te atiça e
te aperta
Descobrindo
se erra ou se acerta.
Podia até ser
um poema sobre o olhar
O sorriso da
menina que sorri com os olhos
Do que não pode
jamais ser esquecido
Ou por
palavras minhas (mal) descrito.
Este podia
ser um poema, mas não é…
É só uma
declaração de Amor!
Parabéns, Maria Francisca!
04.07.2014