O dia-a-dia dum Marciano em Vénus, numa casa de mulheres: Sara (a mãe), Maria Ana, Maria Francisca e Maria Rira (mais a cadela Karina)...

Um tremendo desafio para um homem na idade moderna: como compreender, como falar a linguagem delas, como perceber as suas "mariquices", como ralhar sem fazer chorar, como controlar sem ser controlador, como deixar andar mantendo as meninas vigiadas...ufff! Enfim, como ser dominado e achar que se domina tudo...

Estou a escrever isto e já só quero fugir...

Mas a viagem já começou e este marciano vai a caminho de Vénus, com um bilhete só de ida no bolso (com um grande sorriso de felicidade nos lábios...)...

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A idade do Verão



Saudades tenho de ter a idade em que a minha principal irritação no Verão, era o Sol se pôr e o dia de calor e piscina (ou praia) acabar...

Mais saudades vou ter delas teram essa mesma idade...

terça-feira, 12 de julho de 2016

2 anos (e pico) depois...

Bem, depois de 2 anos de desinspiração artística ou falta total da mesma ( se é que alguma vez existiu), estou de regresso à escrita...

Foi preciso uma catarse e aliviar algum peso dos ombros, para poder ter leveza suficiente para escrever.

Bem, mas voltando ao que importa...

Nestes dois anos algumas coisas mudaram (e não me importei minimamente com a ordem cronológica para fazer esta lista):

- a Ana entrou na escola primária
- nasceu a Rita
- engordamos
- comecei a correr
- apareceu a Violetta
- zangamo-nos algumas vezes
- fizemos as pazes outras tantas vezes
- adoptamos a Karina (a cadela mais espectacular de sempre)
- vendemos a casa
- perdi eternamente um amigo de infância
- a Ana mudou de escola
- acabou a Violetta
- férias é em Olhos d`Água
- recomecei a correr
- emagrecemos
- a minha avó fez 100 anos!
- o sporting continua sem ser campeão
- começou a Luna
- estamos a viver nos meus sogros à espera que a casa nova esteja pronta (qual colónia de férias têm os desgraçados dos avós montada em casa), e as obras ainda nem começaram...
- as miúdas cresceram à velocidade da luz (só pode, porque nem me apercebi)
- engordamos
- voltamos a 1985 e só existem 2 canais na televisão: babytv e disneychannel
- emagrecemos
- envelhecemos
- nasceu a Rita (já tinha dito?)
..............................................................

Enfim, o mais relevante que aconteceu, desde que escrevi pela última vez, é que no agregado familiar humano já não somos 1+3, mas sim 1+4 (dasssssse), desde 2 de Dezembro de 2015! 1-5 se adicionarmos a cadela...

Tudo tem sido "normal" em relação à pequena Ritinha: continuo, à terceira tentativa, sem conseguir "fazer" um rapaz; e continuo com enormes dificuldades de comunicação com crianças abaixo dos 2 anos ( neste altura ela tem 1 ano e meio)....

Mas isso vou explicando nos próximos textos...

Até já!

 (e prometo que o próximo texto não será em 2018)







terça-feira, 8 de julho de 2014

Este podia bem ser o que não é...Parabéns, Cácá!





Este podia ser um poema ao bebé mais bonito de sempre,
Mas não é
Corria o risco de ser só mais um
A dizer o mesmo que todos dizem.

Este podia ser um poema sobre a pureza dos teus 4 anos,
Mas não arriscaria
Na rudeza que sou, nas chatices que carrego
Com certeza falharia.

Este podia ser um poema à imortalidade do que nos une,
Mas caramba não sou Deus!
Só tendo medo de te perder
Projecto a nossa união no infinito.

Este podia ser um poema sobre vocês,
Que tanto são uma da outra
Flores tão diferentes do mesmo jardim
Irmãs tão doces são de mim




Este podia também ser um poema da mãe
ou da filha e da mãe das suas filhas
Que são umas das outras
Como se com o ar duma, os pulmões das outras se alimentem.


Este podia ser um poema à doçura das tuas palavras,
Mas sabes bem ser bruta
Quando tão veemente me confrontas
E com graça tão desgraça me desmontas

Este sim, podia ser um poema sobre o adormecer
Como em todos os luares, juntos, agarrados
Me pedes (e te faço) "coceguinhas"
Até te apagar no longo canto suspirar do teu sono.

Este podia ser um poema sobre ela
Que todos os dias te confronta e te mede
Se arrisca e te belisca
Te atiça e te aperta
Descobrindo se erra ou se acerta.

Podia até ser um poema sobre o olhar
O sorriso da menina que sorri com os olhos
Do que não pode jamais ser esquecido
Ou por palavras minhas (mal) descrito.

Este podia ser um poema, mas não é…
É só uma declaração de Amor!

Parabéns, Maria Francisca!
04.07.2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Se ficar comigo é porque gosta...de quê????

É normal e, pelo que me lembro, também era assim na minha infância, os miúdos ouvirem música, repetirem, dançarem e cantarem em frente ao espelho incessantemente essas mesmas músicas que, vamos lá a saber porquê, lhes ficam no ouvido...

Mais estranho quando são, por exemplo, músicas cantadas em inglês, cujos sons os miúdos tendem a tentar repetir, cantando numa língua qualquer entre o inglês e o soviético...

Há uns anos atrás, nasceu um novo fenómeno: músicas brasileiras de qualidade duvidosa, com coreografias apelativas, com letras fáceis e que os miúdos (e a bem da verdade, muitos graúdos) não resistem...

Já tivemos a "Mila", já tivemos o "bicho", o "rebolation"....este ano temos uma coisa que se chama "lepo lepo".

A primeira audição da música parece igual às outras: letra de fácil encaixe, ritmo brasileiro bem mexido, coreografia porreira... tudo para mais um sucesso veraneano tremendo do outro lado do oceano...

Lá em casa, não podia deixar de ser importada esta maravilha musical. Volta e meia, lá ouvia a pequena Ana, sozinha, a cantarolar e a dançar o tal "lepo lepo"...

Até aqui tudo bem...

Ontem, pediu-me que procurasse e pusesse a rodar o video da música no you tube, para que ela e a irmã (mas no fundo o que lhe interessava era ela e só ela) pudessem curtir a musica, aprender bem a coreografia e mostrar aos pais como sabiam...

Ao ouvir a música, percebe-se que se trata da história dum desgraçado que perdeu tudo: casa, carro, etc, mas que está convencido que a miúda com quem anda não o vai largar porque gosta do seu "lepo lepo" (Hã?)...

Ao OUVIR com mais atenção a letra e, principalmente, os gestos da coreografia, parece-me que "lepo lepo" não é mais do que as célebres palmadinhas de amor no rabo durante o acto sexual?!

Se calhar sou eu que sou um tarado, mas ou é isso ou então é a imitar o abanador como quem está a acender o fogareiro.

De qualquer forma, sabem do que tenho saudades? Da Ana Faria e dos Queijinhos Frescos!!!

Estou condenado a passar o verão a ver a minha filha a cantar e a imitar "sapatidinhas no rabo durante o sexo" o tempo todo!?!? Obrigado, Psirico! Viva o forró!!!

Clicar para confirmar (e quem não clicar vai levar um "lepo lepo" gostoso):

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Jogo (Parabéns, Ana!)



Fizeste-te esperar pelo tempo que precisaste.

A mim pareceu-me um exagero, mas parece que “é mesmo assim” – diziam-me.

Marcamos o dia e lá estava eu à tua espera onde combinado, sem saber que a espera se iria prolongar por mais um dia.

Não nos conhecíamos, mas tínhamos a certeza que nos reconheceríamos.
Não sabíamos como, mas sentíamos que estávamos ligados por uma qualquer força invisível.
Não imaginávamos bem onde, mas era certo que em qualquer lugar do mundo seriamos unidos.
Nunca havíamos visto as nossas bocas ou os nossos dentes, mas não havia dúvidas que no futuro os nossos sorrisos iriam-se cruzar no infinito e que as nossas gargalhadas seriam inconfundíveis um para o outro.

Tu ainda não sabias, mas eu tremia de medo por não saber nada.
Eu temia não te ter, mas tu fizeste (e fazes) valer bem a pena o medo. Pena tenho de eu não ser melhor ainda.

As cartas seriam dadas a cada um de nós, mas eu não tinha nenhum trunfo na mão. Não tinha estratégia definida, nem nunca fui jogador.

Eu fui ao local e dia decidido.
Tu só apareceste no dia seguinte.
Chegaste com toda a força no teu grande e verde olhar.

Cegaste-me.
Abençoaste-me.

E desde o dia que me tocaste, trocaste-me as voltas.
Desde o momento em que te vi, nunca mais vi nada igual. Nunca mais vi qualquer coisa como até ali. Nunca mais olhei para as mais simples coisas, como desde esse segundo que te senti respirar pela primeira vez.

E ainda bem que o fizeste.
Ainda bem que nasceste…
E, mais que muito… E, melhor que tudo, és minha e não largo.
“Tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar.”


Tiago Bettencourt & Mantha - O Jogo
 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Urso Chinês e os Sameirinhas...




Um desses escritor/pensador mais famoso, defende uma teoria, um pensamento: de que não se deve voltar a um local, um sitio, onde já se foi muito feliz, pois há uma forte possibilidade desse regresso ser uma enorme desilusão, não correspondendo as novas sensações às deixadas no coração e na memória…

Pois eu arrisquei tudo e fui com as miúdas ao concerto “Panda e os Caricas” no  Pavilhão Multiusos de Gondomar, local onde já gozei de agradáveis tardes/noites de entretenimento numa feira temática que costuma por lá acontecer em Fevereiro…

O Canal do Urso Chinês tem esta varinha de condão de criar umas personagens musicais que são um fenómeno de sucesso na petizada, e vai daí, é só facturar e facturar com cds e brinquedos e estojinhos e lápis e brinquedos de fazer bolhinhas de sabão e t-shirts e...o que nos fazia estar ali, "vibrantes" concertos...Desta vez, o urso vem acompanhado de 4 palermas, 2 rapazes e 2 raparigas, vestidos com macacões e trapos coloridos, prontos para ensinar belas musicas para as miudas lá de casa se banquetearem, dançarem, cantarem e me massacrarem, de cada vez que eu ousar (tentar) ver as noticias ou a bola, lá em casa...

Ainda o espectáculo não tinha começado, já tínhamos comprado marchandise dos “artistas”, lá ocupamos os nossos lugares e aguardamos o inicio, sempre musicados e motivados por vídeoclips em 2 enormes écrans da esganiçada Xana Toc-toc, num volume de som altissimo e num grande estardalhaço…

Finalmente, as cortinas vermelhas abriram-se e lá começou…

A Cácá, do inicio ao fim do concerto, foi firme na sua postura: ao colo da mãe: manteve a expressão “boquiaberta”, como se fosse a coisa mais espectacular que alguma vez tenha acontecido na face da terra…e se calhar, para ela, foi mesmo.

A Ana estava também muito empolgada, estava a adorar, até que os Caricas se lembraram (estupidamente) de chamar ao palco uma criança que soubesse “jogar ao arco”. A Ana pediu “Posso ir, pai?”, eu respondi sussurrando “Mas tu não sabes…” Entretanto já tinha subido uma miúda…Passadas umas musicas, voltaram à carga e levaram para o palco mais 4 ou 5 miúdos para coreografar com eles…Intervalo! E com ele, o primeiro sinal de alerta: a Ana estava um pouco desapontada por não ter subido também ela ao palco. Eu estava empenhado (ou pelo menos queria mostrar que estava) em tentar remediar a coisa na 2ª parte…

Ia (e fui) com a Ana para junto do palco, onde dezenas e dezenas de miúdas estavam a dançar, sedentos para serem escolhidos para subir ao palco… E assim foi! Fiquei ali de joelhos, circundado por crianças que saltavam tresloucadas, que ma calcavam as mãos, tropeçavam nas minhas pernas, até que fugi (literalmente) para junto do palco, mas na lateral, para tentar sobreviver àquela debandada de gnus, qual Mufassa no Rei Leão.

Por momentos, viajei no tempo e dei por mim a pensar se o Panda iria-se embrulhar todo em celofane e iriam queimar os seus entrefolhos com cêra a ferver; ou se alguma das caricas iria dar uma de bondage em cima doutro carica, ou se as duas caricas podiam-se tornar tão amigas quanto umas checas que neste mesmo pavilhão assisti a entregarem-se uma à outra, numa amizade como eu nunca tinha visto…mas TRÀZZZZZZ! Voltei a mim e nada disso estava a acontecer, além de tal hipótese ser, só por si, doentia…

Voltando à (triste) realidade, na verdade, mais nenhum miúdo foi chamado ao palco, por isso, não houve essa hipótese de desilusão… Pensava eu!

Desde o fim do espectáculo até casa, foi uma choradeira , que nem um balão da Barbie acalmou, por não ter conseguido subir ao palco ou estar junto dos Caricas. Pior, a culpa disso tudo era minha, por não a ter levado mais cedo para junto do palco, onde a magia acontecia…

Depois, a desilusão foi sendo substituída por má-disposição e mau ambiente geral dentro do carro, em mais uma viagem infernal até casa…

Confesso que a minha paciência com choradeira não é muita, mas quando ela “não tem (uma boa) razão de ser” pior ainda… Mas lá serenou, ou melhor, lá serenamos os dois…Uffff!

Mas ainda hoje, a Ana, não raras vezes me pergunta cabisbaixa, num tom inquisitório “Porque disseste que eu não sabia jogar ao arco? Eu sei, tu é que não…Podia ter ido ter com os Caricas!”; Eu pergunto até quando ela me vai acusar da sua infelicidade, mas não tenho resposta…só um desesperante e incógnito silêncio, que faz prever um longo calvário…e uma sensação de desilusão como pai...

Portanto, voltando atrás e resumindo, entre sacar à borla na pirataria o DVD dos Caricas que dá para divertir as miudas horas e horas em frente ao LCD, ou gastar uma pipa de massa (a brincar a brincar, a brincadeira ficou por 100 euros) para levá-las ao concerto e ainda por cima para sermos condenados a “maus-da-fita” e "destruidores de sonhos", mais vale o quê, meus amigos? Claro, o salão erótico…

PS - Do mais triste desse dia, foi ter encontrado lá dois bons amigos com os seus filhotes...Não, não foi triste encontrá-los, mas se fosse em Fevereiro, divertiamo-nos muito mais, de certeza...