O dia-a-dia dum Marciano em Vénus, numa casa de mulheres: Sara (a mãe), Maria Ana, Maria Francisca e Maria Rira (mais a cadela Karina)...

Um tremendo desafio para um homem na idade moderna: como compreender, como falar a linguagem delas, como perceber as suas "mariquices", como ralhar sem fazer chorar, como controlar sem ser controlador, como deixar andar mantendo as meninas vigiadas...ufff! Enfim, como ser dominado e achar que se domina tudo...

Estou a escrever isto e já só quero fugir...

Mas a viagem já começou e este marciano vai a caminho de Vénus, com um bilhete só de ida no bolso (com um grande sorriso de felicidade nos lábios...)...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ainda nada....


Hoje foi dia de "cintas" no Hospital S. João e...nada de novo!

Colo...fechado!!! cabeça...solta!!! Dilatação...zero!!!

Assim sendo, há que aguardar uma semana até dia 5 de Julho e não havendo novidades da Francisca, vai ser despejada...

Vou informando...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Reposição da verdade

Facto: A Ana sabe dizer o nome do boneco favorito!


Facto: A Ana pede para tirar fotos do boneco favorito!


Facto: Nunca ouvi a Ana dizer nada que se parecesse com "Janeco"!


Facto: Tenho duvidas que ela propria saiba quem raio é o Janeco!
Facto: Este é um post de mãe!




quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Duelo do século: JANECO vs Kitty - Round I


Um duelo que não será decidido tão cedo irá ser travado dentro das paredes lá de casa nos próximos anos...

Num canto do ringue, temos um coelho laranja, adorável, simpático, carinhoso, que era do pai marciano enquanto criança, de toque agradável, de nome....JANECO !!!!

No outro canto, uma gatinha irritante, sem boca (logo não pode miar), de roupa pirosa, de lacinho parolo na cabeça, chinesa, obviamente o brinquedo de criança da mãe venusiana, de seu nome (estrangeiro, ainda por cima)...kitty !!!

Quem será o brinquedo preferido das pequenas venusianas?
Quem ganhará?
Alguém faz apostas ?

Dou-vos uma pequena e subtil pista: é um roedor...

PS- A gata não teve direito a foto, por direitos de autor, não foi de todo para influenciar preferências...(ahahahahahahahah- riso maléfico marciano)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

E tudo correu bem...no Dia da Criança!


Um dia em cheio pelo Maria Pia.

Um hospital antigo, com instalações antigas, com uma sala de espera sem ventilação apinhada de gente, um ar espesso e irrespirável..é esta a primeira impressão de quem entra neste hospital de crianças.

Subimos ao 1º andar, andar da enfermaria onde fomos instalados. E bem instalados, numa sala com outros 3 miudos que tinham sido operados ao sistema urinário e que tiveram ontem alta, depois de 8 dias com uma sonda "enfiada", sem poderem se levantar. Ontem já podiam e ...era o "fim do mundo" naquele quarto...

Levamos, como sugerido pelo próprio hospital, uns brinquedos para entreter a pequena Ana. Não era quase preciso. Primeiro, porque nunca tinha visto tanta criança ("Meni", como ela diz que serve para menino ou menina, que uma criança de 18 meses não faz diferença de sexos); em segundo, porque sendo Dia Mundial da Criança, a animação estava assegurada por palhaços, meninas cantoras e uma contadora de histórias e afins...

Mas vamos por partes...

Os palhaços não surtiram grande efeito nela, ignorou-os, sempre meia tímida, mas na dela, sem muitas confianças, apesar do constante esforço dos mesmos em chamá-la, mas ela estava "nem aí" para os palhaços. A mãe, que não acha piada a estas criaturas de fazer rir, dizia contantemente à Ana, num tom disfarçadamente de simpatia, mas numa de insulto, quase como se estivesse ali o Sócrates: "Ana, olha o palhaço!"; "Ana, cuidado com esse palhaço!"...e carregava bem quando dizia "palhaço"...

A contadora de histórias ( também ela escritora do livro - Livro dos Medos - que foi ler), tinha um sotaque do "puarto" carregadinho, uma espécie de Pinto da Costa de saias, mas com jeito para crianças. O livro versava sobre os medos das crianças. Para mim, que sou um leigo marciano pai, assumo já que não vou comprar esse livro. Não que não esteja bem escrito e bem ilustrado, mas acho que já chegam os medos que as miudas naturalmente irão ter e não me apetece dar-lhes mais sugestões de medos, tais como: ter medo de coisas estrábicas, ter medo da pata choné que anda sempre descalça e cheira a chulé, ter medo de criaturas assustadoras que conseguem passar pelas paredes e pelas janelas... Até eu fiquei com medo que a Adélia tivesse sido minha mãe...

A sala de actividades está muito bonita e aqui nada a dizer. Mesmo da educadora responsável pela área, uma senhora baixinha, aí com uns 45 anos, de cabelo loiro de raizes pintadas de escuro, uma tia, de óculo grossos "fundo de garrafa", muito simpática , de voz esganiçada, que dizia a plenos pulmões (esganiçadamente): "Oh Ana, és muito linda, sabias?" Sabia e sabe, mas obrigado!

Ainda, houve mais uma dupla de palhaços e uma dupla de meninas que cantavam e tocavam muito serenamente, musica muito mais tranquila que a Ana delirou e dançou e bateu palminhas ao som do "doidas andam as galinhas"...

Sendo o Dia da Criança, a Ana teve muitas prendinhas no hospital, entre balões em forma de cãozinho ( que inocentemente eu destrui convencido que saberia fazer outra vez os ditos), um livro infantil (bem giro e sem medos...), uma camisola, uma mochila com um kit completo de utensilios para construções na praia da Kitty... enfim, foi um fartote.

Só não foi um fartote de "papa" , porque o último leitinho tinha sido às 4 da manhã e só foi chamada para o bloco por volta das 12:30, já ela pedia "papa!papa!" à mão venusiana que já não conseguia esconder a ansiedade, também dificultada pelo turbilhão de hormonas que quem está grávida tem. Mas lá foi para baixo...

Foi a hora mais longa do dia...

Uma hora depois já tinha terminado e a mãe foi chamada para ir buscá-la.

A pequena estava bem, dormitou, resmungou, meia drunfada da anestesia ao inicio, depois de dormir, acordou toda bem disposta. Por volta das 18:00 lá começou a beber água com açúcar, sumo para ela (a que chamava de "tumo! tumo" para pedir mais...) e lá teve alta.

Na mão direita, depois de tirado o catéter, ficou um orgulhoso penso ("dói-dói"), que ela fez questão de mostrar a todas as "meni" (enfermeiras) antes de sairmos...

E assim se passou mais uma etapa nova na vida desta pequena criatura linda.

Chegados a casa dos avós (casa de todos, nesta altura), teve direito a mais prendas: um urso com mais 30 cm que ela dado pela "titi" Su e uma tábua de engomar e o ferro de brincar dado pela "Bli" !!!

Aqui o marciano foi assistindo e ajudando, engripado, adoentado, com dores de garganta, a dormitar pelas cadeiras do hospital nas horas "mortas", com dores e arrepios pelo corpo, amenizadas por um brufen ao fim da tarde e uma soneca das 19:30 às 21:00 quando chegados a casa...

A Ana passou bem a noite seguinte e adoro quando me diz "não!não" para não sair de casa para trabalhar...

o Marciano babado

PS- Obrigado a todos que mandaram ou não mensagens, que ligaram ou não, mas que estiveram connosco neste dia. Um obrigado especial à tia bé, por estar sempre lá nestas coisas...